Arquivo do dia: 20 de agosto de 2015

Em dúvida se a nuvem é boa ou não para o seu negócio?

Talvez este seja um bom momento para começar a avaliar as possibilidades

Em julho passado, a IDC (International Data Corporation) divulgou uma pesquisa dizendo que os investimentos globais em cloud giravam em torno de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Os dados são do primeiro trimestre de 2015.

A adoção de plataformas na nuvem públicas ou privadas claramente têm uma série de vantagens em termos de colaboração, expansão da plataforma sem que doa tanto no bolso (o que é valioso em um momento de crise, como esse), e a tecnologia tem sido adotada com uma velocidade razoável, até. Por causa disso, sua utilização não é mais considerada uma vantagem competitiva. É o que revelou um estudo da Harvard Business Review, realizado no primeiro trimestre deste ano com 452 executivos de TI.

Quanto mais os serviços de cloud tornam-se confiáveis, mais as empresas conseguem se adaptar a eles rapidamente. Entretanto, diz o relatório, a expansão dos serviços em nuvem estabeleceu um novo padrão para a performance de toda a indústria. E a não adoção da nuvem tornou-se, no final, uma desvantagem competitiva: o estudo também diz que ao menos 40% dos respondentes disseram que o uso da nuvem aumentou a receita, e 36% afirmaram que a margem de lucro subiu. Agora, o fator de vantagem competitiva não é mais adotar a nuvem ou não, mas como geri-la.

A questão é que as grandes organizações precisam adotar soluções privadas e, para isso, ainda é preciso investir em infraestrutura. A pergunta é, agora, qual é a melhor tecnologia? Como garantir a performance necessária? Como gerir essa infraestrutura?

A resposta vem com a tecnologia SDN, que permite escalabilidade, flexibilidade no que tange ao uso de APIs com o hardware. Redes definidas por software são, sem sombra de dúvidas, a arquitetura mais adaptável e vantajosa capaz de lidar com a natureza dinâmica das aplicações atuais. Claro que ainda há desafios importantes principalmente quando falamos em segurança e integração do legado, mas a tecnologia tem avançado rápido –os maiores players de tecnologia de redes estão caminhando a passos largos no desenvolvimento de soluções em SDN.

Essa visão vem, inclusive, ao encontro do que aponta o próprio relatório da Harvard Business Review, o qual afirma que as organizações precisam, agora, ter uma visão estratégica de adoção e gestão da nuvem. Escalabilidade e flexibilidade são dois conceitos associados a SDN, e palavras de ordem na hora de planejar a estratégia cloud.

SDN responde também à pergunta sobre como migrar aplicações críticas para uma nuvem pública – na verdade, já é possível contar uma rede privada utilizando, inclusive, o legado. Soluções de automação para nuvem já permitem tanto que simplesmente o CIO vire a chave, como também estabelecem um novo paradigma, ao possibilitar que equipes internas de TI desenhem a solução de acordo com necessidades organizacionais.

Acima de tudo, a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Talvez este seja um bom momento para começar a avaliar as possibilidades e, quem sabe, reduzir seu custo com infraestrutura a médio prazo.

Autoria: Rogerio Costa

Três níveis de BI: estratégico, analítico e operacional

Muitas das iniciativas de BI falham porque as empresas adquirem, implementam ou utilizam a tecnologia sem compreenderem a articulação desses três níveis

Todas as facetas do BI são importantes e têm um papel crucial na estratégia geral de uma empresa. No entanto, são poucas as organizações que compreendem bem a forma como estas várias ferramentas devem ser utilizadas no conjunto para se tornarem totalmente eficazes e eficientes. Por este fato, muitas vezes a ferramenta de BI não é otimizada e o seu nível de rentabilidade fica aquém da sua produtividade máxima.

Após mais de 27 anos a trabalhar neste setor, aprendi que o BI é utilizado em três diferentes formas distintas: estratégica, analítica e operacional. Estes três níveis de Business Intelligence são intrinsecamente diferentes, mas não se excluem mutuamente e não são independentes, devendo estar diretamente interligados e trabalhar de forma integrada. Mas como se relacionam entre si estes níveis? Podemos dizer que atuam em ciclo: a análise estratégica dinamiza o BI analítico, ao passo que o BI analítico direciona as iniciativas operacionais, e são estas iniciativas operacionais que acabam por ter impacto na agilidade, na produtividade, na rentabilidade e no lucro de uma empresa.

Comecemos por analisar o BI estratégico. O principal objetivo deste nível de Business Intelligence é impulsionar o desempenho geral da empresa. Após definida e aceita a estratégia pela administração, várias funcionalidades são utilizadas, como mapas estratégicos, scorecards, relatórios, com o intuito de transmitir a estratégia aos colaboradores na forma de objetivos mensuráveis. Por outro lado, para verificar o sucesso da estratégia traçada, são analisados vários fatores cruciais, como índices de satisfação de clientes, quotas de mercado, margens de lucro, entre outros, que revelarão o progresso, ou falta dele, no sentido de alcançar os objetivos traçados. Desta forma, o nível do BI estratégico concentra-se no monitoramento do desempenho e da realização dos objetivos.

Assim que a estratégia estiver definida, é hora de começar a trabalhar o BI analítico. Enquanto o BI estratégico define as medições de desempenho essenciais, o BI analítico é utilizado para identificar a origem dos problemas assim que eles forem descobertos. Por exemplo, se os lucros estiverem em queda ou se os índices de perda de clientes estiverem em alta, através do BI analítico as empresas poderão investigar que fatores estão na origem destes resultados. É possível, neste nível, identificar e isolar os problemas que constituem um obstáculo ao desempenho da empresa sob múltiplas perspectivas. Os resultados obtidos nas atividades analíticas são os que dirigem as iniciativas operacionais. O BI operacional aciona a resolução dos problemas impeditivos do desempenho com iniciativas na forma de aplicações de BI para melhoramento de processos.

Desta forma, proporciona ferramentas para as decisões do quotidiano, que acontecem nos níveis inferiores das organizações, com vista a alcançar os objetivos estratégicos. Estas iniciativas poderão automatizar processos, dar poder de decisão a funcionários, monitorar o desempenho das iniciativas, assim como disponibilizar imediatamente informação operacional relevante, tendo um impacto direto na capacidade que a empresa tem para atingir os mais variados objetivos, como aumentar as vendas ou a rentabilidade.

Como podemos verificar há uma articulação dos três níveis de BI, sendo este o cenário ideal para o seu funcionamento. Muitas das iniciativas de BI falham, ou não dão os resultados esperados, porque as empresas adquirem, implementam ou utilizam o seu software de Business Intelligence sem compreenderem este ciclo e a importância do seu funcionamento. Não significa que cada uma das três partes não funcione isoladamente ou que a concentração em apenas uma das facetas não trará resultados positivos. Mas será a articulação do conjunto destes três níveis que dará a máxima rentabilidade às ferramentas de BI.

É assim que o Business Intelligence deve funcionar.

Dez recomendações para o projeto de aplicativo móvel

Muitos apps iOS e Android são difíceis de usar devido a má concepção. Esses conselhos ajudam a evitar que o seu não seja um deles

Um bom design é importante para qualquer aplicação, apesar daquilo que  as péssimas experiências de anos e anos nos levaram a acreditar. No contexto móvel, um bom design é ainda mais crítico, pois a tela pequena e o ambiente operacional instável tornam o uso ainda mais difícil.

O que os desenvolvedores podem fazer sobre isso? E o que os usuários procuram?

Conversei recentemente com Michael Griffith, diretor de criação da Bottle Rocket Apps, desenvolvedora de aplicativos móveis cujas aplicações incluem o bem concebido app da de notícias da NPR. Ele segue um conjunto de 10 princípios e recomendações que leva ao desenvolvimento de melhores apps – especialmente melhores aplicativos móveis.

Confira:

1. Não basta portar o que você tem para outras plataformas (iOS para Android, Web para iOS, Android para o BlackBerry, e assim por diante). A aparência deve honrar a plataforma de destino, que os usuários optaram por determinada razão. Além disso, os recursos também podem ser diferentes, com base no que a plataforma oferece.

Para aplicativos corporativos utilizados em vários contextos e dispositivos, Griffith observa que o grau de padronização deve ser maior do que em aplicações de consumo, assim os usuários podem fazer o que é conhecido em todos os dispositivos e reduzir o tempo de aprendizagem. Neste caso, a aplicação é o centro da experiência do usuário, mais do que o dispositivo.

Você ainda deve honrar os pressupostos fundamentais da interface de usuário da plataforma na hora de criar as interações básicas do aplicativo – como o acesso aos menus.

2. Tire proveito das restrições móveis (especialmente dos smartphones) para pensar criativamente.

3. Tire vantagem das capacidades móveis que não estão disponíveis em um PC. Por exemplo, use a câmera para tirar fotos ou serviços de localização para diminuir sugestões de busca. Use sensores, especialmente quando dados adicionais puderem ajudar a reduzir o esforço do usuário ou da aplicação.

4. Cuide da acessibilidade. É comum ver jovens designers usando pequenos textos e layouts apertados,  difíceis de serem lidos e tocados com precisão por usuários mais velhos. Evite o efeito Retina, só porque agora existem pixels menores que fazem texto tecnicamente legível em tamanhos ainda menores. Se você já passou dos 35 anos de idade, sabe bem o esforço que os olhos humanos fazem para ler esse texto minúsculo. Ao contrário disso, ofereça opções de adaptação no seu projeto, como o ajuste de preferências de tamanho do texto. A nova API do iOS 7 deve reduzir a carga de codificação necessária para inclusão desse recurso em apps para iPhones e iPads.

5. Ao mostrar maquetes e protótipos para clientes ou usuários, procure fazê-lo no aparelho no qual o aplicativo será executado. PDFs ou Photoshops em uma grande tela de computador simplesmente não refletem o olhar e a sensação de um smartphone ou tablet, nem as interações. O que parece funcionar direito em uma tela grande com mouse e teclado podem ser horrível na pequena tela sensível ao toque de um dispositivo móvel. Da mesma forma, o que funciona bem em um dispositivo móvel pode funcionar mal em uma tela de computador, fazendo com que os usuários e clientes rejeitem boas opções.

6. Cuidado com metáforas. Há poucas metáforas gráficas universais com as quais você pode contar. Das imagens analógicas antigas (as telas de TV, controles de rádio, toca-fitas, câmeras, filmstrips, LPs, seletor giratório, luzes piloto e até CDs)muitas  não são operacionalmente familiares para as gerações mais jovens, mesmo que eles possam tê-las visto em um filme antigo. Embora a teoria da iconografia permita um design mais universal, muitas das bases analógicas para os ícones estão se tornando menos e menos conhecidas, o que pode deixar os usuários mais confusos. Em várias situações o uso de texto pode ser melhor.

7. Cuidado com a simplificação, onde tudo (cor, peso, textura, e assim por diante) parece igual. Uma interface muito simples pode ser tão confusa quanto uma muito complexa.

8. Não sobrecarregue o app. Se você tem um monte de funcionalidades para fornecer, considere dividi-las em um conjunto de aplicativos relacionados, cada um deles focado em uma funcionalidade central. Essa opção pode ser difícil de explicar aos clientes, especialmente tendo em conta a pressão para “fazer mais” em cada revisão, mas é essencial que os aplicativos não se tornem inviáveis ou muito complexos. (Griffith sugere que você cite a máxima “liberdade de escolha é o que você ganha, liberdade de escolha é o que você quer” do icônico “Freedom of Choice”, música de banda Devo.)

9. Projete para diferentes graus de experiência. Usuários iniciantes devem sentir algo especial e imediatamente valioso quando usarem seu aplicativo. Usuários subsequentes devem descobrir mais facilidades de uso. Pessoas que usem o aplicativo regularmente ao longo do tempo devem começar a descobrir funcionalidades mais profunda para fazer algo ainda mais útil. O Flipboard é um bom exemplo dessa abordagem, segundo Griffith.

10. Use movimentos e transições para enriquecer a experiência do usuário, e empurre valor, em vez de forçar o usuário a procurar por ele. Deixe uma maneira de ir mais fundo para aqueles que desejam, em vez de sobrecarregar as pessoas com informações.